sexta-feira, 5 de abril de 2019

Dengue, zika, chikungunya e febre amarela —  como prevenir



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De acordo com o Ministério da Saúde, existem 504 municípios brasileiros em risco de epidemia e 1881 em estado de alerta para essas doenças

As chuvas de verão favorecem a ocorrência de doenças transmitidas por mosquitos: dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela. De acordo com o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), apresentado pelo Ministério da Saúde em dezembro, de um total de 5538 municípios examinados (96,2% de todas as cidades brasileiras), 2628 estavam em situação satisfatória, 1881 em sinal de alerta, 504 em risco considerável de sofrer com epidemias dessas doenças e 345 em que a infestação era muito baixa ou inexistente.

Em relação à febre amarela, especificamente, o Ministério da Saúde atualmente recomenda a vacinação em todo o País. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) também divulgou um alerta para reforçar a necessidade de proteção contra a doença, após a confirmação de 36 casos em humanos, contabilizados até janeiro, nos estados de São Paulo e Paraná. Para se ter uma ideia, em 2018, foram registrados 1,3 mil episódios. A entidade orienta que estrangeiros com viagem marcada para o País se imunizem, pelo menos dez dias antes do embarque.

Número de casos no País:
Dengue: 241.664 casos e 142 mortes em 2018 — um pequeno aumento em relação aos 232.372 de 2017, com 176 óbitos (queda 19,3%);
Chikungunya: 84.294 casos e 35 mortes : são 54% a menos do que em 2017, com queda de 81,6% em óbitos, que foram 191 em 2017
Zika: 8.024 casos (queda de 53% em relação a 2017) e 4 mortes em 2018.
Febre amarela: 1.376 casos e 483 mortes em 2018 (quase o dobro dos 778 casos e 262 mortes registrados em 2017).

Os principais focos de mosquito, por região, foram encontrados em:

Nordeste: armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina;
Sudeste: domicílio (vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis);
Centro-Oeste, Norte e Sul: lixo (ex: recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção). Acesse a lista completa de municípios ameaçados.

Prevenção

A principal recomendação para evitar a disseminação do mosquito é evitar o acúmulo de água em recipientes destampados, como caixas d’água, latas, pneus e lixo. Outras medidas importantes para proteção individual são o uso de repelente, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo, além da vacinação contra a febre amarela.

O Ministério da Saúde recomenda se imunizar antes do início do verão, quando ocorrem os surtos da doença, principalmente para quem mora ou vai viajar para áreas com indícios da doença (o ideal é fazer isso pelo menos dez dias antes de visitar o local).

A vacina em dose única é indicada para pessoas com mais de nove meses de idade e oferece proteção por toda a vida. Já a dose fracionada requer um reforço após oito anos.

Não podem tomar a vacina: 
crianças menores de 9 meses; mulheres amamentando crianças menores de 6 meses; pessoas com alergia grave ao ovo; que vivem com HIV e têm contagem de células CD4 menor que 350; em de tratamento com quimioterapia/radioterapia; portadoras de doenças autoimunes; e submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).

Em relação à dengue, a única vacina disponível deixou de ser recomendada pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em novembro de 2017. A razão é que o fabricante alertou para a possibilidade de desenvolver formas graves da doença, ao entrar em contato com o vírus após a aplicação, em casos de pessoas que nunca tiveram contato com o micro-organismo anteriormente..

Além disso, o custo-benefício da vacina é considerado baixo, pois, apesar de contemplar os quatro tipos de vírus da dengue existentes, é preciso receber três doses para alcançar uma taxa de imunização em torno de 50% a 60% (o ideal é que seja superior a 90%). A expectativa é que um novo imunizante, em desenvolvimento no Instituto Butantan, solucione esses problemas e seja disponibilizado em breve para a população.

Sintomas

Entre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, zika, chikungunya), os sintomas são bastante parecidos, mas, na dengue, eles costumam ser mais intensos. Entenda as diferenças.
Dengue: geralmente causa febre alta (com duração de dois a sete dias), dor de cabeça, dores no corpo, atrás dos olhos e nas articulações, fraqueza, manchas e coceira na pele. Nos casos graves, o paciente também pode apresentar sangramentos (no nariz e na gengiva), dor abdominal, vômitos persistentes, sonolência, irritabilidade, queda de pressão e tontura. A doença costuma evoluir em duas fases.A primeira é mais branda, com melhora dos sintomas iniciais após três a cinco dias. Muitas vezes, depois disso, começa a segunda fase, com sintomas mais intensos, que exigem atenção redobrada e atendimento médico.

Chikungunya: também tem potencial de causar febre, mal-estar e dores no corpo. Na chikungunya, as dores podem ser mais intensas e com duração prolongada nas articulações e, em alguns casos, permanecer por vários meses, afetando bastante a qualidade de vida do paciente. Raramente o quadro evolui para óbito.

Zika: é a doença com sintomas mais leves.Geralmente, provoca febre mais baixa que a dengue e chikungunya, olhos avermelhados (conjuntivite) e coceira característica, sendo, muitas vezes, confundida com alergia. Normalmente, a zika não causa morte, mas é associada à malformação neurológica em bebês (microcefalia), quando a infecção é contraída pela mãe durante a gestação.
Febre amarela: Há pessoas que sequer apresentam sintomas, ou sentem um incômodo leve, de três a seis dias após a infecção. Eles incluem febre alta súbita, calafrios, cansaço, dor de cabeça e muscular, náuseas e vômitos, que duram cerca de três dias. Assim como acontece com o vírus da dengue, a forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), seguido de febre alta, icterícia (olhos e pele amarelados), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela. Nos episódios mais severos, é imprescindível buscar atendimento médico ágil para tratamento adequado.

Tratamento

Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente essas enfermidades. O ideal é procurar atendimento diante da persistência ou severidade dos sintomas, por exemplo, febre ou dores por mais de três dias, sem melhora com analgésicos comuns. Também é recomendável evitar anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico (AAS), pois podem desencadear hemorragias.
O tratamento é feito, principalmente, com repouso, hidratação e remédios para aliviar os sintomas. Os casos mais graves devem ser atendidos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.

Fontes: Ministério da Saúde; Agência Brasil.

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