quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Apneia do sono: Será que você sofre disso?

ronco

Imaginar um longo dia de trabalho pela frente sem conseguir dormir adequadamente à noite é um problema muito comum. Acontece que enquanto dormimos, o organismo realiza funções essenciais, com consequências diretas sobre a saúde, e essa dificuldade interfere de maneira significativa na qualidade de vida e está entre as principais causas de baixa produtividade.

Dentre os vários distúrbios do sono, a apneia é, sem dúvida, um dos mais comuns. A doença é mais frequente em homens e pode estar por trás do ronco, ao contrário do que muita gente pensa, roncar não é normal em nenhuma fase da vida. “Nem todo ronco está relacionado com a apneia, mas quem tem a doença com certeza ronca, por isso é importante procurar o especialista o quanto antes para aplicar o tratamento adequado”, recomenda Alfredo Lara, otorrinolaringologista do Hospital CEMA.ronco

Trata-se de um distúrbio obstrutivo do sono que resulta em pausas respiratórias, ronco e falta de oxigênio transitória no sangue (hipoxemia). Algo importante de se observar é que, muitas vezes, a “pista” para a apneia do sono não vem do ronco em si, principalmente se o indivíduo não tem um companheiro de cama. “Nestes casos, é preciso ficar atento para outros sintomas como: sonolência excessiva diurna, falta de concentração, mau humor e hipertensão arterial”, afirma o Dr. André Felício, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

“O que provoca o ronco é a flacidez durante o sono de algumas estruturas como palato mole e úvula, composição óssea da face, pescoço, boca e sua abertura, que dificultam a passagem de ar, e aumento do tecido gorduroso visceral, principalmente no abdômen”, explica o neurologista.

O tratamento para a apneia consiste em perda de peso, cirurgias otorrinolaringológicas, uso de aparelhos intra-orais e o uso de máscaras com pressão contínua de oxigênio (CPAP). A cirurgia é indicada em situações específicas como crianças e adolescentes roncadores e com grandes adenoides/tonsilas, má formações crânio-faciais ou quando o tratamento com aparelho intra-oral ou CPAP não é tolerado ou não funciona.

O otorrinolaringologista, Alfredo Lara, chama a atenção ainda para a quantidade de doenças decorrentes da apneia obstrutiva do sono. “As pessoas que sofrem desse distúrbio podem desencadear doenças cardiovasculares, metabólicas, disfunções sexuais, alterações na memória. 93% dos apneicos têm pressão alta associada. E a redução da expectativa de vida também é significativa, de 10 a 15 anos”.


É preciso ficar atento com a apneia do sono e entender que suas consequências vão muito além de uma noite mal dormida.

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