Imaginar um
longo dia de trabalho pela frente sem conseguir dormir adequadamente à noite é
um problema muito comum. Acontece que enquanto dormimos, o organismo realiza
funções essenciais, com consequências diretas sobre a saúde, e essa dificuldade
interfere de maneira significativa na qualidade de vida e está entre as
principais causas de baixa produtividade.
Dentre os
vários distúrbios do sono, a apneia é, sem dúvida, um dos mais comuns. A doença
é mais frequente em homens e pode estar por trás do ronco, ao contrário do que
muita gente pensa, roncar não é normal em nenhuma fase da vida. “Nem todo ronco
está relacionado com a apneia, mas quem tem a doença com certeza ronca, por isso
é importante procurar o especialista o quanto antes para aplicar o tratamento
adequado”, recomenda Alfredo Lara, otorrinolaringologista do Hospital
CEMA.ronco
Trata-se de
um distúrbio obstrutivo do sono que resulta em pausas respiratórias, ronco e
falta de oxigênio transitória no sangue (hipoxemia). Algo importante de se
observar é que, muitas vezes, a “pista” para a apneia do sono não vem do ronco
em si, principalmente se o indivíduo não tem um companheiro de cama. “Nestes
casos, é preciso ficar atento para outros sintomas como: sonolência excessiva
diurna, falta de concentração, mau humor e hipertensão arterial”, afirma o Dr.
André Felício, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
“O que
provoca o ronco é a flacidez durante o sono de algumas estruturas como palato
mole e úvula, composição óssea da face, pescoço, boca e sua abertura, que
dificultam a passagem de ar, e aumento do tecido gorduroso visceral,
principalmente no abdômen”, explica o neurologista.
O tratamento
para a apneia consiste em perda de peso, cirurgias otorrinolaringológicas, uso
de aparelhos intra-orais e o uso de máscaras com pressão contínua de oxigênio
(CPAP). A cirurgia é indicada em situações específicas como crianças e
adolescentes roncadores e com grandes adenoides/tonsilas, má formações
crânio-faciais ou quando o tratamento com aparelho intra-oral ou CPAP não é
tolerado ou não funciona.
O
otorrinolaringologista, Alfredo Lara, chama a atenção ainda para a quantidade
de doenças decorrentes da apneia obstrutiva do sono. “As pessoas que sofrem
desse distúrbio podem desencadear doenças cardiovasculares, metabólicas,
disfunções sexuais, alterações na memória. 93% dos apneicos têm pressão alta
associada. E a redução da expectativa de vida também é significativa, de 10 a
15 anos”.
É preciso
ficar atento com a apneia do sono e entender que suas consequências vão muito
além de uma noite mal dormida.
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