Chuvas no DF superam em 15% média histórica de março

O volume de chuva registrado no Distrito Federal em março deste ano foi 15% maior do que o esperado para o período. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 242,3 milímetros na capital até este sábado (31). A média para março nos últimos 20 anos foi de 211,8 milímetros, e a previsão do órgão era de que o número se mantivesse neste patamar.

Os índices são superiores aos registrados nos meses de março dos últimos dois anos. Em 2016, choveu apenas 150 mm. No ano passado, a estação meteorológica de Brasília captou 177 mm, 27% a menos do que em 2018. Para o meteorologista do Inmet Hamilton Carvalho, os dados representam uma "mudança de comportamento das chuvas".

“Houve um deslocamento da chuva, que diminuiu nos meses de janeiro e fevereiro, mas aumentou em março”, explica.

Segundo o Inmet, a tendência é de que as chuvas continuem em abril, mas de forma "mais isolada", ou seja, registrada apenas em algumas regiões do DF. O instituto informou, ainda, que a expectativa é de que a primeira semana do mês inicie com sol e pancadas de chuva. "A partir de quinta (5), os dias começarão a ficar mais nublados." A temperatura neste domingo varia de 19 a 29 graus.

Nova média histórica

Devido à mudança de comportamento do clima e, consequentemente, das chuvas observadas nos últimos 20 anos, o Inmet mudou em março os parâmetros usados para determinação da média histórica mensal das chuvas no DF.

Até o último dia 23, o esperado era que chovesse até 180,6 mm em Brasília. No entanto, a partir de novos estudos, o instituto reavaliou que março tem registrado uma média de 211,8 mm no volume pluviométrico.

Carvalho explica que a mudança é comum e ocorre, em média, a cada 20 ou 30 anos, "quando observa-se uma sequência de chuva em vários anos". Apesar de parecer distante do dia-a-dia do cidadão comum, o especialista reforça, no entanto, que as novas médias interferem desde o período de plantação e colheita de determinada cultura no meio rural às previsões feitas para que se determine o fim – ou não – do racionamento de água na região.

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"Na agricultura, o que era plantado em novembro, passou a ser plantado em dezembro, por exemplo. Já na situação urbana, interfere na previsão de racionamento", afirma.

"Tivemos três anos de chuva abaixo da média. Este ano esta chovendo normal, recuperando os reservatórios, então pode ser sim que cheguemos a um fim do racionamento."

Nível dos reservatórios

Com as chuvas mais intensas em março, as duas principais bacias que abastecem o Distrito Federal fecharam o mês com o volume também acima do esperado. De acordo com a última medição da Agência Reguladora de Águas, neste domingo (1º), o reservatório do Descoberto operava com 74,6% de sua capacidade. Já o de Santa Maria, com 48,6%.