quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Surto de dengue ameaça seis regiões do Distrito Federal




Seis regiões administrativas correm risco de ter um surto de dengue, segundo levantamento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF): Fercal, Lago Norte, Lago Sul, Park Way, Sobradinho 2 e Varjão. O estudo aponta que, nestes locais, 3,9% das casas e dos prédios vistoriados pela pasta nos dois últimos meses estão infestados de larvas de mosquitos Aedes aegypti, que transmite também zika, chikungunya e febre amarela.

No DF inteiro, a média de imóveis infestados chega a 2,05%, suficiente para colocar as autoridades de saúde em alerta. Na medição anterior, de novembro, o valor era de 0,95%. A pior situação é a de Sobradinho 2. Lá, 11,57% das casas e prédios têm larvas e mosquitos, segundo a análise da Secretaria de Saúde.

“Precisamos alertar a população de que estamos com aumento na infestação do mosquito”, avisou o secretário Humberto Fonseca. Em sete semanas, a pasta detectou 295 casos prováveis de dengue. Fora do DF, no Entorno, a secretaria observou 25 outros casos. Os números dessa série estão 23% abaixos do registrado no mesmo período do ano passado, algo comemorado pela secretaria.

Apesar da melhora, a SES/DF não esconde a preocupação com os possíveis surtos da dengue. “Se nós tivermos uma epidemia, vamos ter um grande número de pessoas procurando as unidades de saúde, o que vai demandar muito dos nossos serviços públicos”, alertou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Marcos Quito.
Das regiões, Águas Claras, Guará, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Riacho Fundo 1 e 2, Santa Maria, SCIA, SIA, Sudoeste e Octogonal registraram niveis satisfatórios. Ainda assim, o risco não está descartado nem mesmo nessas localidades. “São números que mudam de uma semana para outra. O alerta vale para todo o DF”, destacou o secretário Humberto Fonseca.


Racionamento piora o risco de dengue

O secretário atribuiu o maior perigo de surto às medidas tomadas pela população para evitar os efeitos da crise hídrica. O levantamento também revelou que a maior parte dos focos do mosquito são caixas d’água e outros reservatórios posicionados no mesmo nível do solo.
“É uma mudança da característica da infestação por causa do comportamento da população com a crise hídrica”, explicou Humberto Fonseca. No entanto, em Sobradinho 2, onde houve mais casos, os focos estavam presentes com maior frequência no lixo. “Acionamos o Serviço de Limpeza Urbano (SLU) para intensificar as ações de coleta na região”, afirmou.

‘Dengômetro’ medirá o nível de alerta
A Secretaria de Saúde aproveitou o anúncio do levantamento para apresentar o ‘Dengômetro’. O mecanismo informará a população o tamanho da gravidade e dos riscos da dengue para a população do DF.

A escala vai de 0 a 4 e, por enquanto, será atualizada mês a mês. Nos valores mais baixos, há apenas o risco de surto. Por isso, o DF está no nível 1 neste momento. Quando casos começam a ser notificados, o ‘Dengômetro’ pode atingir o valor 4, classificado como emergência pela Secretaria de Saúde.

Confira lista completa das regiões e da classificação por risco de surto

Veja o percentual de imóveis com infestação de mosquitos da dengue avaliados pela Secretaria de Saúde:

Risco de surto
1- Sobradinho 2 (11,57%);
2- Lago Norte (6,22%);
3- Fercal (4,68%);
4- Park Way (4,4%);
5- Lago Sul (4,19%)
6- Varjão (4,15%).


Alerta

7- Planaltina (3,77%);
8- Brazlândia (2,98%);
9- Gama (2,82%);
10- Itapoã (2,68%)
11- Vicente Pires (2,57%);
12- Sobradinho 1 (2,56%);
13- Brasília (2,38%);
14- São Sebastião (2,32%);
15- Recanto das Emas (2,2%);
16- Jardim Botânico (2,08%);
17- Ceilândia (1,52%);
18- Cruzeiro (1,34%);
18- Samambaia (1,34%).
Satisfatório
20- Riacho Fundo 1 (0,93%);
21- Núcleo Bandeirante (0,78%);
22- Taguatinga (0,64%);
23- Santa Maria (0,5%);
24- Riacho Fundo 2 (0,45%);
25- Sudoeste/Octogonal (0,43%);
26- Paranoá (0,41%);
27- Guará (0,23%);
28- Candangolândia (0,05%);

29- Águas Claras, SCIA/Estrutural e SIA (0%).