Com pouco
mais de 20 dias da campanha Junho Vermelho, voltada para estimular a doação de
sangue em todo o país, o Hemocentro de Brasília conseguiu aumentar em 27,8% a
quantidade diária de coleta de bolsas de sangue. A média, que normalmente fica
entre 150 e 180 bolsas, subiu para cerca de 230 neste mês.
Lançada
oficialmente no Distrito Federal em 14 de junho, Dia Mundial do Doador de
Sangue, a campanha visa reforçar a importância da doação de sangue, captar
novos voluntários e fidelizar doadores já existentes, ou seja, fazer com que
eles doem, pelo menos, duas vezes a cada 12 meses.
"Trabalhar
esse conceito de estimular a doação regular é importante porque cada componente
sanguíneo tem um prazo de validade. Então, só uma doação de cada cidadão não
garante os estoques e, consequentemente, não conseguimos abastecer os
hospitais", explica a chefe do Núcleo de Captação de Doadores da Fundação
Hemocentro de Brasília, Kelly Borges Barbi.
Para captar
doadores, o Hemocentro utiliza-se de três ferramentas: grupos voluntários que
se mobilizam para doar sangue, envio de e-mails e call center. "Além de
aumentar o número de bolsas de sangue coletadas, também é perceptível o aumento
do número de candidatos, ou seja, de pessoas que desejam doar. Mas nem todas se
encaixam no perfil para doação", aponta Barbi.
EM FAMÍLIA –
Doador há cinco anos, o segurança Willian Carvalho, 49 anos, conseguiu
sensibilizar as duas filhas, Rafaela Carvalho, 23 anos, e Geovanna Carvalho, 18
anos, para também tornarem-se doadoras.
Para ele,
uma das formas mais simples e gratificantes de ser solidário é doar sangue. E
ele conta que sempre incentivou as filhas a seguirem seu exemplo. "Como a
Geovanna completou 18 anos, aproveitamos para virmos em família doar. É a primeira
vez delas. A campanha Junho Vermelho serviu de pretexto para virmos
ajudar".
Ainda
sentindo certo ''friozinho na barriga'', momentos antes de começar a coleta,
Geovanna disse que o exemplo do pai a motivou a fazer a doação. Enquanto
conversava, a enfermeira começou os procedimentos, e ela mal percebeu quando
aconteceu a picada, principal preocupação dos potenciais doadores. ''Nem deu
para sentir'', disse, aliviada.
Com a mesma
tranquilidade, a irmã Rafaella elogiou o serviço e o atendimento da Fundação
Hemocentro de Brasília: "É a primeira vez que estou doando. Tudo aqui
funciona muito bem. É tudo muito organizado, a equipe é muito receptiva e bem
preparada. Estou gostando muito e pretendo continuar doando como meu pai",
concluiu.
DADOS - Até
abril deste ano, o Distrito Federal coletou 17.069 bolsas de sangue - a média
mensal é de 4.267 -, o que corresponde a 73,5% do sangue coletado em Brasília.
Do total, 83,4% das doações são espontâneas e 40% são mulheres.
A Fundação
Hemocentro é pública e pode coletar até 11.088 bolsas de sangue por mês. Atende
100% da demanda SUS por hemocomponentes. A unidade faz a gestão de 12 agências
transfusionais espalhadas pelos hospitais da rede pública de saúde do DF. Em
2016, foram coletadas 54.928 bolsas de sangue e realizadas 74.877 transfusões.
REQUISITOS -
Para doar sangue, entre outras exigências, a pessoa precisa estar em bom estado
de saúde; pesar mais de 50 quilos; ter idade a partir de 16 anos (neste caso,
acompanhado do responsável legal ou apresentando autorização do responsável
reconhecida em cartório); apresentar um documento de identificação oficial com
foto; ter se alimentado normalmente (cortando apenas alimentos gordurosos como
leite integral, frituras); não ingerir bebida alcoólica nem praticar atividade
física nas últimas 12 horas antes da doação, além de evitar fumar duas horas
antes do procedimento.