quarta-feira, 19 de abril de 2017

Formalização de trabalhadoras domésticas aumentou em 2016

VINÍCIUS BRANDÃO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Houve aumento na formalização para as trabalhadoras domésticas de Brasília em 2016. Ivanilda Bastos, de 33 anos, conseguiu os benefícios da carteira de trabalho. “Passei a receber salário-família, seguro-desemprego, licença-maternidade”, enumera.

Houve aumento na formalização para as trabalhadoras domésticas de Brasília em 2016. Os dados divulgados na manhã desta quarta-feira (19) mostram que o número de empregadas da categoria que são mensalistas e têm carteira de trabalho assinada cresceu.
É o caso de Ivanilda Bastos, de 33 anos, que conseguiu os benefícios da carteira de trabalho em janeiro de 2016. “Passei a receber salário-família, seguro-desemprego, licença-maternidade”, enumera.

Ela é uma das trabalhadoras que aumentaram o índice de 51,1% em 2015 para 51,7% em 2016, segundo foi constatado na pesquisa da Secretaria Adjunta do Trabalho, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

Ao mesmo tempo, o número das sem carteira assinada diminuiu de 18,1% em 2015 para 15,2% em 2016. As diaristas completam o efetivo com 30,8% em 2015 e 33,1% em 2016.

O levantamento foi feito em parceria com a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) e com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Número de empregadas domésticas que não dormem no trabalho aumentou

Outro dado relevante mostrado pela pesquisa é que a proporção de empregadas domésticas que não moram no local de trabalho aumentou. Em 2015, 91,6% das trabalhadoras não dormiam nos empregos, enquanto em 2016 o porcentual foi para 93%.

Ivanilda faz parte desse grupo. “Não tinha hora extra, mesmo morando na casa. Depois, comecei a receber muito mais por isso, e eles pediram para eu não dormir mais lá.”

“Não tinha hora extra, mesmo morando na casa. Depois, comecei a receber muito mais por isso, e eles pediram para eu não dormir mais lá”
Ivanilda Bastos, de 33 anos
Apesar de terem mais direitos com a carteira de trabalho, as empregadas com os benefícios são as que têm a maior jornada média semanal, de 42 horas, mesmo que o tempo tenha diminuído desde 2012, quando era 44 horas.

No ano passado, as sem carteira trabalharam 39 horas, enquanto a menor jornada fica com as diaristas, com média de 27 horas semanais. Em 2012, ano de comparação da pesquisa divulgada hoje, as sem carteira trabalhavam 42 horas, e as diaristas, 26.

Segundo o levantamento, as trabalhadoras da categoria envelhecem na profissão. É o que indica a proporção das que têm de 40 a 59 anos de idade. Elas correspondiam a 51,1% das empregadas domésticas em 2015 para, em 2016, representarem 55,2% do grupo.

Aguarde mais informações da divulgação da pesquisa.


EDIÇÃO: PAULA OLIVEIRA