A alergia é
uma reação exagerada do sistema imunológico em relação a certas substancias da
nature-za, que são chamadas de alérgenos. Essas reações são provocadas por
substancias habitualmente inofensivas para a maioria das pessoas.
Acredita-se
que vários fatores ambientais influenciam o desenvolvimento dessas doenças
respirató-rias em indivíduos geneticamente suscetíveis.
Principais
causas das alergias respiratórias
Os agentes
que causam esse tipo de alergia são antígenos inalantes em suspensão no ar que
penetram no organismo através das vias aéreas:
Ácaros da
poeira doméstica
Fungos
Baratas
Epitélios de
animais
Pólens.
Os ácaros
são os principais responsáveis (dentre este grupo) pelo sintoma de alergia
respiratória. São seres não visíveis a olho nu e suas fezes representam o maior
grau de alergenicidade do ácaro, ali-mentam-se de pele descamada, de fungos e
de outras substancias ricas em proteína. Desenvolvem-se em locais com muito pó,
com temperatura entre 18 a 26 graus, pouca luminosidade e umidade maior que
50%. São encontrados em colchões, travesseiros, tapetes, carpetes, brinquedos
de pelúcia, etc.
Os fungos
são encontrados em suspensão no ar e em ambientes fechados como sótãos, porões,
armá-rios, malas, podendo aparecer também em banheiros, cozinhas, nos rejuntes
de azulejos, em umidifi-cadores e em locais quentes e mal ventilados. São seres
que gostam muito de umidade e por isso abundantes em regiões próximas ao mar. Locais
com umidade elevada e poeira podem ser uma ótima oportunidade para instalação
de fungos, por isso podem estar presentes também em ar condiciona-dos sem
manutenção, colchões e travesseiros.
A alergia a
animais prevalece em cachorros e gatos, porém ao contrário do que pensam, os
pelos não são considerados os mais alergenicos, as proteínas da saliva e urina
ligadas ao pelo são os alérgenos mais importantes, assim como o epitélio
descamado, que são as caspas. Os antígenos podem ser car-regados nas roupas
para as escolas, escritórios, automóveis, locais aonde o animal nunca apareceu.
A barata
doméstica foi identificada como um importante aero-alérgeno em locais de clima
tempera-do ou tropical principalmente em áreas urbanas. A sensibilização a
barata é mais frequente em resi-dencias de famílias com baixo poder aquisitivo
e com grande infestação. As frações que provocam alergia são: as fezes, saliva,
descamação e secreção.
Os pólens
são grãos microscópicos destinados à fecundação das plantas. Determinadas
espécies são levadas pelo ar numa época determinada chamada de período de
polinização. Os grãos de pólens das plantas produzem alergia respiratória por
inalação. A doença polínica é mais frequente nas regi-ões da Europa, Argentina
e Estados Unidos. No Brasil pode ser encontrada essa alergia nos estados da
região sul.
Fatores que
desencadeiam ou agravam alergias respiratórias
Outros
fatores podem desencadear ou agravar a rinite alérgica ou asma.
Mudanças
climáticas
Infecção de
vias aéreas superiores principalmente desencadeadas por vírus
Inalação de
irritantes inespecíficos (odores fortes, de perfumes, produtos de limpeza, gás
de cozinha, fumaça de cigarro (destaca-se o tabagismo passivo aonde a população
infantil pode inalar partículas do cigarro), poluentes ambientais, inalação de
ar frio e seco
Medicamentos
como anti-inflamatórios não hormonais
Estresse e
exercício físico podem desencadear crises de asma.
Como
reconhecer uma alergia respiratória?
Os
principais sintomas relacionados a rinite alérgica compreendem:
Obstrução
nasal (entupimento nasal) de uma ou duas narinas
Espirros
Coceira
nasal, acometendo também ouvidos, olhos, pálato, faringe, podendo apresentar
inclusive um pigarro
Coriza,
anterior ou posterior geralmente é transparente, podendo apresentar uma
secreção pós-nasal, com limpeza constante da faringe
Coceira,
lacrimejamento e vermelhidão da conjuntiva dos olhos podem estar associados à
rinite alérgica, caracterizando a conjuntivite alérgica
Dificuldade
para ouvir transitória (sensação de ouvido tapado)
Cefaleia,
tosse, halitose, astenia, sonolência, irritabilidade, perda de apetite,
dificuldade para dormir e para se concentrar em atividades escolares ou no
trabalho.
Os
principais sintomas relacionados a asma compreendem:
Tosse (pode
ser o único sintoma)
Falta de ar
Chiado no
peito
Aperto no
peito.
Estes
sintomas podem apresentar-se associados ou isolados, em crises, mas é possível
que o indivíduo apresente sintomas contínuos.
Tratamentos
mais comuns das alergias respiratórias
O tratamento
em relação à rinite alérgica e asma é muito abrangente. Inicialmente é
importante que o paciente saiba que tratam-se de doenças crônicas, aonde as
medicações resolverão as crises e poderão prevenir novas, portanto trata-se de
um acompanhamento a longo prazo. É importante tentar identificar os fatores
desencadeantes através da detecção da IgE específica no sangue para alérgenos
ou através do teste cutâneo para inalantes. Através deste procedimento é
possível realizar uma orientação ambiental e caso o paciente tenha indicação,
existe a possibilidade de re-alizar um tratamento com imunoterapia (vacinas)
injetável ou sub-lingual por um período de 3 a 5 anos.
Em relação a
tratamento medicamentoso há uma variedade de drogas que podem ser utilizadas
como: para rinite alérgica para crises - anti-histamínicos orais ou descongestionantes
orais associados a anti-histamínicos orais ou descongestionantes tópicos (devem
ser utilizados por um curto período). Para tratamento preventivo:
anti-leucotrienos e/ou corticoesteróides tópicos nasais ou corticoesteróides
tópicos nasais associados a anti-histamínico tópico nasal.
Em relação à
asma pode-se utilizar nas crises broncodilatadores orais ou inalatórios (sob a
forma de nebulização ou utilizando sprays com ou sem o uso de espaçadores com
ou sem máscara) e/ou corticoesteróides orais(em casos mais graves
intra-venosos). Nos tratamentos preventivos podem ser utilizados
anti-leucotrienos e/ou corticoesteróides inalatórios ou corticoesteróides
associados a broncodilatadores de longa duração inalatórios.
Para
minimizar e evitar as crises de asma e rinite alérgica o paciente deve procurar
um especialista alergista/pneumologista, investigar os fatores desencadeantes,
estabelecer um plano de ação para crises e um tratamento preventivo com
medicamentos para evitá-las. A orientação ambiental é vá-lida para os alérgenos
positivos. A asma e a rinite alérgica são doenças concomitantes em uma grande
parcela de pacientes e devem ser tratadas simultaneamente. O abandono do
tratamento é muito comum quando o paciente estabiliza, por isso é importante
conhecer essas doenças e seguir as orientações do especialista.