Criação de
uma Frente Parlamentar em Defesa do Metrô DF; apresentação de emendas a
projetos de lei que tratam de remanejamentos orçamentários para permitir a
contratação de concursados; gestões junto ao GDF para que parte do crédito de
R$ 1,2 bilhão – que seriam destinados ao Iprev – já aprovado seja direcionada a
investimentos no metrô; além da convocação do presidente da companhia, Marcelo
Dourado, para prestar esclarecimentos foram alguns dos encaminhamentos da
reunião pública para discutir a situação dos metroviários, realizada no
plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (7).
A convocação
foi sugerida pelo deputado Wellington Luiz (PMDB), que presidiu parte da
reunião, na qual fez duras críticas a Dourado pela ausência do evento. "Os
funcionárioss não têm de pedir, mas exigir melhores condições de
trabalho", acrescentou, após ouvir Israel Almeida Pereira, diretor do
SindMetrô, que defendeu o investimento em pessoal: "Não adianta se voltar
apenas para equipamentos e expansão. É necessário olhar o corpo de segurança e
operacional, para que sejam dadas as garantias necessárias aos passageiros
desde o momento em estes são recebidos na bilheteria".
Especialista
em transportes, Carlos Penna Brescianini, também lamentou a ausência do
presidente da companhia. Ele fez um relato da situação do metrô que apresenta,
entre outros problemas por ele listados, sete trens parados, estações fechadas
e em processo de deterioração e ausência de concursos para agentes de
manutenção. "Colocar um metrô pra funcionar não é brincar de
ferrorama", afirmou, referindo-se ao brinquedo infantil.
Catracas
liberadas – Antes que falasse o representante da Companhia do Metropolitano do
DF, Luiz Gustavo de Andrade, diretor administrativo, a deputada Celina Leão
(PPS) informou que, naquele momento, as catracas do metrô estavam liberadas
para os passageiros devido a uma pane no sistema. "Mais prejuízos para a
companhia", lamentou a parlamentar, acrescentando que "investir em
mobilidade é investir em prevenção, com a diminuição dos custos em outras áreas
como saúde e segurança".
Andrade
justificou a ausência de Marcelo Dourado, observando que a pauta da reunião era
específica para tratar das condições dos funcionários e não um debate geral
sobre o metrô. O diretor disse que a companhia "é uma empresa dependente,
como os filhos são dos pais", para reafirmar o seu caráter público. E por
isso, segundo ele, as contratações de concursados dependem do GDF. Hoje, são
cerca de 1,1 mil funcionários e realizadas aproximadamente 12 mil viagens mensais.
"São 140 mil por ano e acontecem quatro ou cinco problemas e a capacidade
operacional e a segurança estão sendo postas em dúvida", comentou.
Andrade
também reconheceu que há problemas, mas considerou que havia muito mais
dificuldades. "Temos conseguido reduzir recursos em todas as áreas não
apenas na manutenção. Isso não quer dizer que houve diminuição, mas economia,
por meio da redução dos valores dos contratos", declarou respondendo ao
deputado Wasny de Roure (PT) que, no início da reunião, havia questionado a
queda nos custos da manutenção. O parlamentar sugeriu, então, que a Câmara
Legislativa faça um pedido de informações por escrito para que os números sejam
esclarecidos.
Marco Túlio
Alencar
Foto: Carlos
Gandra/CLDF
Comunicação
Social – Câmara Legislativa