O Distrito
Federal passará a integrar o sistema gratuito de alertas de desastres naturais
por celular coordenado pela Defesa Civil Nacional a partir da próxima
segunda-feira (19). Os brasilienses poderão cadastrar suas linhas móveis para
receber mensagens de alertas de inundações, alagamentos, temporais e
deslizamentos de terra próximas às suas regiões. O serviço começou a ser
implantado no Brasil em outubro do ano passado e já está em vigor em nove
estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Na próxima
semana, os moradores do DF receberão um SMS solicitando o cadastramento no
serviço. Para fazer parte do sistema, basta responder à mensagem informando o
CEP de interesse - é permitido cadastrar mais de um código postal.
Moradores
que não receberem o contato podem enviar o CEP para o telefone da Defesa Civil
Nacional, o 40199. Os alertas são gerados pelo Centro de Gerenciamento de
Riscos e Desastres (Cenad) da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
(Sedec), do Ministério da Integração, em parceria com os órgãos de Defesa Civil
de estados e municípios.
Além do DF,
Mato Grosso e Tocantins também passarão a receber o serviço. Ao todo, 2,5
milhões de celulares já foram cadastrados. Desde o lançamento, em outubro de
2017 no Paraná e em Santa Catarina, já foram enviadas 1.966 mensagens
informando sobre o risco de desastres. Segundo o Ministério da Integração
Nacional, os alertas alcançarão aos estados restantes das regiões Norte e
Nordeste até março.
Segundo
levantamento apresentado pela própria Defesa Civil em novembro do ano passado,
o DF possui 36 áreas de risco, distribuídas por 18 regiões administrativas. O
caso mais grave é o da ocupação de Santa Luzia, na Estrutural. Ao todo, são
4.733 residências, onde vivem cerca de 19 mil moradores, localizadas em áreas
analisadas como de frágil infraestrutura, passíveis de maior dano em casos de
deslizamentos, escorregamentos, enchentes, incêndio, desabamento entre outros
desastres.
As regiões
administrativas com áreas de perigo são: Águas Claras, Ceilândia, Estrutural,
Fercal, Itapoã, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas,
Riacho Fundo I, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA), Sobradinho II, Taguatinga, Varjão e Vicente Pires. De
acordo com o relatório, a probabilidade de desastres aumenta na época de
chuvas.
Histórico
O sistema de
alertas de desastres naturais começou a ser utilizado no Japão em 2007, após
uma sequência de terremotos que provocou 12 mortes e deixou mais de mil feridos
nas regiões de Niigata e Sengai, nas costas oeste e leste do país asiático,
respectivamente. Atualmente, mais de 20 países, entre eles Canadá, Chile e
Filipinas, contam com serviços semelhantes.
No Brasil, o
serviço começou a ser implantado em outubro de 2017, no Paraná e em Santa
Catarina. Antes disso, a Anatel realizou testes em 25 municípios dos dois
estados, atendendo a mais de meio milhões de moradores das regiões. A população
do Norte e do Nordeste - com exceção ao Tocantins - começará a receber os
alertas a partir de 26 de fevereiro.