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O Tribunal
de Justiça do Distrito Federal suspendeu decisão anterior que obrigava o
Instituto Hospital de Base – criado pelo governo para gerenciar o maior
hospital público da capital – a fazer compras por licitação e contratar
funcionários por meio de concurso público. Autor do questionamento, o Sindicato
dos Médicos afirma que vai recorrer.
Com a queda
da sentença, segundo o Palácio do Buriti, não existem mais impedimentos legais
para a implementação do Instituto Hospital de Base – que poderá elaborar seus próprios
manuais de compra e contratação. O governo prevê que o novo regime de
administração entre em vigor em janeiro, daqui a dois meses.
Na ação
protocolada em setembro, a entidade questionava trechos do estatuto interno da
entidade, que a caracterizavam como um "serviço social autônomo". À
época, o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho, afirmou que a lei do
instituto era "cheia de falhas", e o processo de implementação,
"carregado de irregularidades".
“Essa foi
uma decisão muito importante, porque tínhamos convicção de que o fundamento
jurídico dessa proposta era muito sólido. Faltava essa decisão do Judiciário
para dar segurança ainda maior para o Instituto Hospital de Base”, disse o
secretário de Saúde, Humberto Fonseca, em material divulgado pelo GDF.
Na semana
passada, a Justiça já havia confirmado a legalidade da transformação do
Hospital de Base em instituto. A mudança foi questionada pelo PT e pelo PMDB,
que alegavam serem inconstitucionais as normas que dispensavam licitação para
compras e concurso público no novo modelo.
Sem
burocracia
Com o novo
modelo, a Secretaria de Saúde afirma que novos profissionais poderão ser
contratados para garantir atendimento de qualidade. O secretário Humberto
Fonseca afirma que o processo de compra de materiais atual é "ruim",
e que o modelo novo poderia ajudar a desburocratizar o procedimento.
"Teremos
constância no abastecimento, e uma tendência da estabilização das necessidades
de abastecimento", disse, em junho.
De acordo
com o secretário, o modelo não terá participação do capital privado, e é
diferente da proposta de contratação de organizações sociais (OSs) – tema que
chegou a ser defendido pelo governo Rollemberg, mas foi abandonado ainda no
início do ano.
Fonseca diz
que nenhuma entidade ou organização externa será responsável pela gestão do
hospital. Em vez disso, será composto um conselho com 9 pessoas. Além do
próprio secretário, quatro indicados do governo e quatro da sociedade civil
passarão a tomar as decisões administrativas da unidade.
O instituto
O estatuto
do Instituto Hospital de Base foi registrado em cartório no dia 18 de julho.
Segundo o secretário de Saúde, o instituto terá portas abertas e qualidade
'nível Sarah'. Mas, diferentemente do que ocorre em outros
hospitais-institutos, o Base ainda fará atendimento de emergência e
pronto-socorro.
Sindicatos
são contra a mudança. Para o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg
Fialho, a proposta não garante que não haja corrupção.
“Eles dizem
que o novo modelo cria uma blindagem contra a corrupção. Ora, mas o projeto
cria um conselho cuja composição será indicada pelo governo. Como se pode falar
de blindagem? Estão querendo criar esse instituto de forma atropelada, pois os
fins são eleitoreiros.”