AMANDA
MARTIMON, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Na
segunda-feira (23), a Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb)
enviará novo plano de racionamento de água em Brasília para aprovação da
Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).
A medida é
necessária diante das novas resoluções da agência, publicadas , que
autorizam a ampliação do tempo de rodízio e o uso de recursos para a captação
do volume morto no reservatório do Descoberto.
O presidente
da Caesb, Maurício Luduvice, informou hoje (20), em coletiva, que não há ainda
decisão para ampliar a interrupção no fornecimento de água. “A princípio, vamos
trabalhar com alternativas, e vai depender da velocidade com que o reservatório
baixe”, avaliou.
A companhia
faz o planejamento para o caso de serem necessárias adaptações. Atualmente, o
corte em cada região é de 24 horas semanais. A resolução permite aumentar esse
tempo para até 48 horas. Se houver mudanças no rodízio, Luduvice explicou que
será feita ampla divulgação com antecedência.
"A
princípio, vamos trabalhar com alternativas, e (a ampliação do rodízio) vai
depender da velocidade com que o reservatório baixe"
Maurício
Luduvice, presidente da Caesb
Com
melhorias feitas no sistema de abastecimento do DF, além de medidas adotadas
para desafogar o Descoberto, a companhia propõe novo limite de nível do
reservatório à Adasa para que se adotem ações mais duras de racionamento.
Segundo o
presidente da Caesb, estudos de técnicos da concessionária balizam que é
possível fazer bombeamento da água em um nível mais baixo, sem estragar os
equipamentos. Aliado às medidas que desafogam o reservatório, isso permitiria
operar o sistema do Descoberto com cerca de 5,5% da capacidade.
Atualmente,
a curva definida pela agência é de 9% para o fim de outubro. Na medição desta
sexta (20), o reservatório marcou 10,5% da capacidade.
O plano
preparado pela Caesb tem dois cenários para cada reservatório: Descoberto e
Santa Maria. Mas a companhia não definiu se os dois serão aplicados ao mesmo
tempo.
Interligação
de sistemas de abastecimento
Como parte
das medidas de enfrentamento à crise hídrica, a Caesb fez adaptações para
permitir a transferência de água do reservatório do Sistema Santa Maria-Torto
para o Sistema Descoberto, que está em situação mais crítica.
“A gente vem
reduzindo gradualmente a participação do Descoberto no abastecimento do DF”,
disse Luduvice. Na primeira etapa da interligação, o Guará I e o II passaram a
ser abastecidos pelo de Santa Maria — que, por sua vez, tem sido poupado pela
captação de água no Lago Paranoá.
Na segunda
etapa, foi acrescentada área considerada uma expansão do Guará, como a região
do Lucio Costa e a Colônia Agrícola Águas Claras. A fase em andamento inclui
Núcleo Bandeirante, Candangolândia e parte do Park Way no abastecimento de
Santa Maria.
Na quarta
etapa, a Caesb adianta que construirá uma elevatória para anexar a parte baixa
de Águas Claras na interligação. A quinta fase levaria abastecimento também de
Santa Maria para Vicente Pires.
Captação do
volume morto do Descoberto
Autorizada a
usar R$ 6,25 milhões para a captação do volume morto do Descoberto — sendo R$ 5
milhões da tarifa de contingência e R$ 1,25 milhão de reserva adicional —, a
Caesb trabalha na elaboração de um termo de referência para adquirir tecnologia
que permita a ação.
“Temos que
estar preparados para deixar o volume morto utilizável. Mas não com a intenção
de usar”, ponderou Luduvice durante coletiva. A contratação será via pregão
eletrônico e a estimativa é de que o certame leve 15 dias.
EDIÇÃO:
VANNILDO MENDES