MARIANA
DAMACENO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
Com a
ampliação dos acessos ao Lago Paranoá, a atenção com a segurança dos
frequentadores também precisa ser redobrada. Segundo o Batalhão de Policiamento
Turístico da Polícia Militar, responsável pela área por meio da Companhia
Lacustre, o cuidado envolve rondas para fiscalização, orientação à população e
treinamento constante das equipes.
Cerca de 85%
dos casos de afogamento no Lago Paranoá poderiam ser evitados. O trabalho das
equipes de salvamento da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros envolve
treinamento, rondas e conscientização da população. Foto: Andre Borges/Agência
Brasília
“O lago está
mais ocupado pela população, e a quantidade de acidentes também acaba
aumentando. É preciso cuidado”, avalia o comandante da Companhia de Salvamento
Aquático do Corpo de Bombeiros Militar do DF, tenente Daniel Salomão, que
observa que a maioria das vítimas é jovem. De acordo com o comandante, cerca de
85% dos casos de afogamento poderiam ser evitados se os cuidados necessários
fossem tomados.
Somente nos
primeiros cinco meses do ano, nove pessoas morreram afogadas no Lago Paranoá,
quatro a mais que no ano passado, segundo dados da Secretaria da Segurança
Pública e da Paz Social. A vítima mais recente foi encontrada na manhã desse
sábado (17). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o corpo de Jéssica
Tavares dos Santos, 22 anos, estava ao lado da Ponte JK.
Além da
sede, responsável pela área norte do Lago Paranoá, o Batalhão de Busca e
Salvamento Aquático tem um posto avançado, com estrutura que cuida da raia sul
do reservatório. São dez militares por dia que também fazem trabalho de
prevenção, principalmente aos fins de semana, quando a movimentação é mais
intensa.
As
orientações são dadas tanto a banhistas quanto a quem está a bordo de
embarcações. “Trata-se de uma conversa mesmo, quando percebemos alguma
imprudência”, explica o militar. Não utilizar equipamentos de segurança,
pilotar muito rápido e próximo à margem e ingerir bebida alcóolica são algumas
atitudes perigosas. “Como no trânsito, o lago tem regras, que precisam ser
cumpridas.”
A segurança
no espelho d’água ocorre em parceria entre o Corpo de Bombeiros, a Polícia
Militar e a Marinha, que é quem autua as embarcações em caso de algum
descumprimento à lei.
Para pedir o
socorro da Polícia Militar, basta ligar para o 190 ou para o (61) 99150-5577.
Para chamar o Corpo de Bombeiros, o número é 193
Entre os
lugares mais movimentos, o comandante em exercício do Batalhão de Policiamento
Turístico, tenente Wilkerson Moreira, conta que estão o Pontão do Lago Sul, a
margem próxima à Ponte JK, a prainha do Lago Norte, a Ermida Dom Bosco, o Deck
Norte e, recentemente inaugurado, o Deck Sul.
As rondas
ocorrem em embarcações ou jet ski. Para solicitar a presença da Polícia
Militar, basta ligar para o 190 ou para o telefone (61) 99150-5577, que também
recebe mensagens de texto. Para chamar o Corpo de Bombeiros, o número é 193.
Dicas de
segurança para os frequentadores do Lago Paranoá
Entre as
orientações passadas tanto pelos policiais militares quanto pelos bombeiros,
está a de evitar lugares desconhecidos e não entrar na água depois de ingerir
bebida alcoólica. O tenente Moreira explica que a maior parte dos afogamentos
ocorre depois da ingestão de álcool.
Com a
ampliação dos acessos ao Lago Paranoá, a atenção com a segurança dos
frequentadores também precisa ser redobrada. Segundo o Batalhão de Policiamento
Turístico da Polícia Militar, responsável pela área por meio da Companhia
Lacustre.
O
especialista em mergulho do Corpo de Bombeiros ressalta o cuidado que deve ser
tomado em relação a crianças. “A maioria dos acidentes ocorre em alguma
confraternização. É preciso que o responsável evite deixar a criança sozinha
próximo à margem.”
As dicas de
segurança ainda envolvem nadar em lugares com salva-vidas e evitar comidas
pesadas antes de entrar na água, para não ter o risco de congestão. “A
prevenção é a forma mais efetiva de evitar acidentes.”
Níveis de
afogamento
Segundo o
comandante da Companhia de Salvamento Aquático, o afogamento tem seis níveis,
sendo que a probabilidade de conseguir salvar a vida da vítima nos estágios
cinco e seis são de cerca de 50% e 8%, respectivamente. Por isso é importante
buscar ajuda o mais rápido possível.
“Claro que
estamos falando de números absolutos. Já conseguimos salvar uma menina que
passou uma hora na água e não teve nenhuma sequela.”
A área mais
funda do lago, de acordo com ele, é a Barragem do Paranoá, com 40 metros de
profundidade. Quando necessário, o batalhão também conta com o apoio do
grupamento de aviação.
Os seis
níveis de um afogamento:
1° A vítima
aspira água e começa a tossir. Não se trata de algo grave, mas requer atenção
2° Há maior
ingestão de água e uma espuma branca pode começar a sair do nariz ou da boca.
Neste caso, é preciso ligar para o 193 e solicitar socorro
3° A pessoa
começa a soltar uma quantidade maior de espuma e pode ficar inconsciente
4° A vítima
perde a consciência, mas ainda tem pulso
5° O banhista
fica sem pulso, mas ainda tem batimentos cardíacos
6° Há parada
cardiorrespiratória
EDIÇÃO:
PAULA OLIVEIRA