A coluna
vertebral pode sofrer alterações em seu alinhamento anatômico, assumindo formas
em C ou em S. Desde a infância pode-se observar o início das alterações das
curvaturas e durante a adolescência elas pioram bastante devido ao crescimento
acelerado e desordenado, a fase do estirão. Se não tratadas, essas alterações
podem evoluir até a idade adulta, o que pode ocasionar algumas consequências
para o paciente.
Essas
curvaturas são conhecidas como escoliose e trata-se de uma doença que pode ter
um comprometimento severo não apenas do ponto de vista estético, mas também
funcional, prejudicando a qualidade de vida do indivíduo. Na maioria dos casos,
ela não tem uma causa conhecida, é uma alteração genética. Pode também ser
provocada por doenças neurológicas, reumatológicas e traumas.
A escoliose
acomete principalmente as regiões torácica e lombar da coluna vertebral. Na
região torácica, a coluna se articula com as costelas, formando o que chamamos
de caixa torácica. Dentro da caixa torácica estão "guardados" os
pulmões e o coração, órgãos de importância vital. Nos casos em que a angulação
da escoliose é muito grande, ou seja, mais de 50 graus, pode acontecer uma
compressão desses órgãos, dificultando a expansão e comprometendo a capacidade
pulmonar.
As
alterações musculares e ósseas envolvendo vértebras e costelas na escoliose
comprometem a mecânica dos movimentos respiratórios. Os pacientes referem dores
e desconfortos como um cansaço e dificuldade respiratória. Pequenos movimentos
da vida diária como subir escada, carregar uma sacola de compras, cuidar de
criança, lidar com animais de estimação são executados com dificuldade,
precisando ser interrompidos como uma pausa para descanso.
Os casos de
menores angulações podem receber tratamento conservador como o uso de colete e
fisioterapia. Na fisioterapia, exercícios específicos para a coluna escoliótica
e técnicas como a Reeducação Postural Global - RPG Souchard atuam sobre os
músculos que estão comprometidos com a escoliose e por meio de alongamentos
específicos desses músculos, a curvatura é amenizada, o que deixa os pacientes
bastante satisfeitos com os resultados do tratamento.
Mesmo sendo
uma doença causada por fatores genéticos (na maioria dos casos), o tratamento
conservador proporciona resultados positivos com melhora da escoliose ou pelo
menos impede a evolução da doença, que tende a se complicar progressivamente se
não for tomada nenhuma atitude profilática.
Os
indivíduos com escoliose de grande angulação precisam ser tratados
cirurgicamente quando a curvatura está pondo em risco o bom funcionamento dos
pulmões e do coração ou se o paciente estiver muito insatisfeito esteticamente.
A intenção cirúrgica é de alinhar a coluna, diminuindo a angulação da
escoliose. Para isso são usadas pequenas estruturas metálicas que fixam as
vértebras entre si.
A
fisioterapia respiratória também entra como uma importante aliada ao tratamento
dos casos mais graves de escoliose, pois atua de forma direta na expansão
pulmonar estimulando o bom funcionamento dos músculos respiratórios,
proporcionando sensações de bem estar e mais disposição física ao indivíduo
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