Todo mundo quer ter sucesso. Isso é um problema? De modo
algum, é um desejo lícito. Almejar ser bem-sucedido, aliás, é parte da natureza
humana, ninguém faz qualquer coisa para que dê errado e fracasse. Então, se
você busca o sucesso, saiba que não está pecando nem cometendo nenhum mal. Só
tem um enorme porém: temos de entender exatamente o que significa “sucesso”
para um cristão, isto é, o que a Bíblia define ser um cristão bem-sucedido.
Será que sucesso para um filho de Deus é a mesma coisa que para um não cristão?
Quando fui buscar uma imagem para ilustrar este post fiz um acordo comigo
mesmo: eu escreveria sucesso no Google e a primeira foto que surgisse nos
resultados da pesquisa eu utilizaria. Pois a primeira fotografia que apareceu
foi essa aí: um homem no topo de uma
montanha, braços erguidos, celebrando uma conquista do ego, algo obtido por
seus próprios esforços, um feito que possivelmente lhe trará fama e fortuna.
Outras imagens semelhantes surgiram no topo da página e serão as que utilizarei
ao longo deste texto. Para pensarmos sobre o conceito cristão de sucesso, vou
iniciar com um exemplo pessoal, que deflagrou esta reflexão.
Tenho refletido muito sobre essa questão de “sucesso” devido
a algo que ocorreu semana passada: meu novo livro, Perdão Total – Um livro para
quem não se perdoa e para quem não consegue perdoar esgotou a primeira edição,
de 5 mil exemplares, apenas 17 dias após o lançamento oficial e menos de 30
dias após o lançamento real. Para que você entenda, no meio literário isso é um
fato raro para obras de um autor desconhecido como eu, que não tem fama ou
celebridade. Pois bem, quando a notícia foi divulgada, comecei a ouvir muitas
vezes a palavra “sucesso”. No meu perfil no facebook
(facebook.com/mauriciozagariescritor), irmãos e irmãs carinhosamente me
deixaram recados celebrando esse “sucesso”. Um programa de rádio quis me
entrevistar “devido ao sucesso do livro”, como o apresentador mesmo disse.
Amigos que me encontraram pessoalmente gentilmente me parabenizaram pelo
“sucesso”. Então essa coisa de “sucesso” começou a pipocar diante de mim nesses
últimos dias e, naturalmente, passei a refletir sobre o assunto.
A pergunta é: a boa vendagem do meu livro em tão pouco tempo
representa sucesso? A conclusão a que cheguei é: não. Pois entendo que sucesso
depende da sua motivação e do seu objetivo ao realizar algo. Fui ao dicionário
olhar e vi que a definição de “sucesso” é: “Resultado de ação ou
empreendimento”. Ou seja, se um escritor lança um livro com a meta de ganhar o
máximo de dinheiro que puder, tornar-se mais conhecido, receber elogios que
alimentem sua vaidade e outros benefícios mundanos como esses, vender 5 mil
exemplares em menos de um mês pode ser, sim, considerado sucesso, pois o
resultado desse empreendimento atendeu ao desejo do coração do escritor. Mas,
se a motivação dele ao escrever um livro é que os leitores sejam transformados,
recebam alívio para seus fardos, entendam melhor o evangelho, alcancem paz de
espírito e vivam de modo mais conformado a Cristo, vender muitos ou poucos
exemplares não fará a menor diferença: o que realmente determinará o seu
sucesso é se o conteúdo da obra, a sua mensagem, alcançou e transformou vidas –
independentemente da quantidade de exemplares vendidos. Logo, segundo esse
pensamento só poderei me considerar um autor de sucesso se eu vier a ouvir relatos
de pessoas que conseguiram perdoar ou se perdoar por causa do que leram no
Perdão Total. Aí, sim, minha oração será “Obrigado, Senhor, porque o livro foi
um sucesso”.
Esse exemplo pessoal se aplica a tudo aquilo que realizamos.
Permita-me te perguntar: por que você faz o que faz? Quais são as motivações do
seu coração ao ir para o trabalho, ao estudar na escola, ao ir à igreja, ao
pregar no púlpito, ao servir na obra de Deus, ao escrever em um blog, ao postar
textos e fotos no facebook, ao pedir ao Senhor um(a) namorado(a), ao acordar
pela manhã e viver mais um dia? Só ao responder com sinceridade essas perguntas
você poderá determinar se é uma pessoa de sucesso ou não. Mais ainda: se somos
cristãos, a nossa motivação sempre, sempre e sempre deve ser ajustada aos
padrões bíblicos. Portanto, resultados positivos de empreendimentos que
realizamos não farão de nós pessoas bem-sucedidas caso estejam em desacordo com
a vontade de Deus. Permita-me dar alguns exemplos.
O mundo estabelece como um dos principais fatores
determinantes de sucesso o enriquecimento financeiro. Mas Jesus disse: “Não
acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros
no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam”
(Mt 6.19-20). Diante disso, se você estabelece como meta na vida ajuntar
tesouros na terra, sem se preocupar em ajuntar tesouros no céu, por mais que se
torne um bilionário você será um fracassado. Outro exemplo: a Bíblia estabelece
numerosas vezes que o padrão cristão é não devolver mal com mal. “Não torneis a
ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens” (Rm
12.17); “Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui
sempre o bem entre vós e para com todos” (1Ts 5.15); “Quanto àquele que paga o
bem com o mal, não se apartará o mal da sua casa” (Pv 17.13). Assim, por mais
que alguém se considere bem-sucedido por ter conseguido se vingar de uma pessoa
que lhe fez mal, diante de Deus ele será um grande fracasso.
Os exemplos seriam muitos. Mas acredito que podemos resumir
tudo o que a Bíblia define como sucesso em um único versículo: “Portanto, quer
comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de
Deus” (1Co 10.31). Assim, faça você o que fizer, se lucrou financeiramente,
obteve fama, foi elogiado, recebeu aplausos ou o que for, mas não realizou seus
empreendimentos tendo como finalidade primordial a glória de Deus… considere-se
um enorme fracassado. Por outro lado, se você trabalha, estuda, produz, canta,
prega, escreve, se casa, fatura, labuta na obra do Senhor ou faz qualquer outra
coisa com a motivação de glorificar a Deus, então todas as suas conquistas
serão estrondosos sucessos. E o que é glorificar a Deus? Em essência, é cumprir
o grande mandamento: amá-lo sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Portanto, tudo o que você realiza por amor ao Pai celestial e por amor ao seu
próximo representa glória para o Senhor e faz de você um sucesso total.
E nunca podemos nos esquecer de uma realidade suprema:
qualquer sucesso que tenhamos não é nosso, é de Deus. Tiago foi no cerne dessa
verdade: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai
das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17).
Se o seu “sucesso” te envaidecer ou te fizer orgulhoso, soberbo ou altivo, você
é o maior dos fracassados, pois está se vangloriando por algo que nem mesmo é
mérito seu: é fruto da graça de Deus.
Escrevo livros e posts deste blog para abençoar a sua vida e
tentar ajudar de algum modo a conformá-lo mais à imagem de Cristo. E faço isso
por amor a Deus e por amor a você. Se meus escritos alcançam essa meta, então
pode me considerar um homem de sucesso, a despeito de quantos de meus livros
forem vendidos e de quantos assinantes tiver este blog. Isso é o que vale para
mim. E para você? O que você faz tem por motivação Deus e o próximo ou sua
própria vaidade ou o amor por si mesmo, pela fama e a fortuna? Responda isso
com toda sinceridade e você descobrirá se é bem-sucedido ou um fracassado. Ah,
sim, e para terminar este texto, deixei por último uma imagem do que eu
considero sucesso para uma pessoa – não segundo o Google ou o senso comum da sociedade,
mas segundo a Bíblia sagrada. Compare esta última foto com as demais que
ilustram este post e diga qual representa mais “sucesso” para você. A sua
escolha vai dizer muito sobre os conceitos que norteiam a sua vida.
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