quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Mofo: inimigo do sistema respiratório


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Você mora em um lugar muito úmido? Então, muito cuidado com o mofo! Também chamado de bolor, ele é uma espécie de fungo filamentoso que pode ser encontrado em qualquer lugar onde a umidade e o oxigênio estejam presentes e conviver com eles pode trazer alguns prejuízos para a saúde. Asma brônquica e rinite alérgica são alguns dos problemas que podem ser agravados pelo mofo, e ele pode, ainda, ser responsável pelo desenvolvimento de doenças de hipersensibilidade, como pneumonite ou a sinusite fúngica.
Segundo a dra. Andrea Gimenez, pneumologista e pós-graduanda da UNIFESP, sintomas não alérgicos se apresentam como irritação de mucosas ocular, dor de cabeça, náuseas, tontura, irritação de pele e fadiga. Sintomas como congestão nasal, coriza, espirros, irritação na garganta (vias aéreas superiores), tosse, chiado no peito (vias aéreas inferiores) e a exacerbação de patologias respiratórias, como falta de ar e opressão (no caso de asma), prurido e obstrução nasal (no caso de rinite alérgica), podem revelar problemas nos ambientes fechados em que permanecemos por mais tempo.
Para a dra. Andrea Gimenez, o desenvolvimento de sintomas ou doenças relacionadas à umidade e ao mofo depende de uma série de fatores, entre eles tempo e extensão da exposição, concentração de microorganismos ambientais, suscetibilidade individual, doenças de base e imunidade específica. No Brasil, as principais causas da pneumonite de hipersensibilidade (PH) são o mofo (principalmente intra-domiciliar) e os antígenos aviários (criação de pássaros).
“No caso de exposição ambiental a mofo, os indivíduos expostos inalam durante anos substâncias derivadas do fungo, suspensas no ar, que ao chegarem aos pulmões desencadeiam um processo inflamatório que culmina, em muitos casos, com fibrose pulmonar. O indivíduo passa a desenvolver sintomas respiratórios limitantes e, em alguns casos, com necessidade de oxigenioterapia domiciliar”, explica a especialista.
A PH é uma doença com curso variável, mas que na grande maioria dos casos em que a exposição é mantida, evolui para cronicidade com comprometimento pulmonar irreversível e progressivo. Pessoas alérgicas, imunodeprimidas, com doenças pulmonares de base e crianças nos primeiros cinco anos de vida, com história familiar de asma, são as mais suscetíveis aos efeitos nocivos da umidade e da exposição ao mofo. Então, muita atenção!
NÃO DEIXE DE SE PREVENIR!

Aumentar a ventilação local, reparar vazamentos, rachaduras, infiltrações e tudo o que permita a desumidificação do ambiente são os melhores métodos para prevenir o aparecimento de mofo em casa. É importante estar atento à condensação produzida em banhos muito quentes ou fervuras na cozinha, pois ajudam no acúmulo de umidade nas áreas mais frias.
O vinagre é indicado para limpar as áreas afetadas, por conter ácido acético, que é capaz de combater o fungo. Evitar que a mobília fique muito encostada na parede também é uma medida muito importante. No caso de armários embutidos, recomenda-se colocar placas de isopor nas paredes, antes de instalá-los, ou então, dar uma distância razoável entre a parede e o fundo do armário.
“Caso todas as medidas tenham sido tomadas, mas o mofo continue a aparecer, uma mistura de água e água sanitária, na proporção de um para um, pode resolver o problema. Deve-se lavar a parede e enxaguar com pano úmido e esperar secar”, recomenda a dra. Andrea Gimenez.

Nas épocas mais chuvosas ano, estes problemas tendem a agravar-se devido ao aumento da umidade relativa do ar e das chuvas, que se associam ao aumento de vazamentos de água e enchentes. As regiões litorâneas detém maior umidade relativa do ar, assim estão associadas à maior umidade e, como conseqüência, a maiores e mais frequentes problemas relacionados ao mofo.