Seu filho espirrou, tossiu ou o nariz escorreu e você já
fica desesperada atrás de uma solução mágica para livrá-lo do que imagina estar
por vir, certo? O problema é que quase sempre a ‘salvação’ é buscada onde não
deveria, na caixinha de remédios de casa. Uma nova pesquisa da Universidade de
Michigan mostrou que 40% dos pais norte-americanos de crianças menores de 4
anos medicam os filhos sem consultar um médico.
Acontece que os brasileiros também adotam postura similar.
Segundo o pediatra Sérgio Eiji Furuta, da Unifesp, “é muito comum ver os pais
tratando os filhos em casa. Geralmente, as crianças recebem medicamentos para
combater os sintomas, como tosse, dor de cabeça e coriza”. Mas é justamente aí
que mora o perigo, uma vez que tratar apenas dos sintomas pode mascarar a
doença que está por trás.
O problema é que nem sempre os pais têm a consciência de que
estão colocando a saúde de seus filhos em risco. O Existem alguns produtos que,
por serem de fácil acesso ou fitoterápicos, podem parecer inofensivos, mas não
são. Abaixo você descobre quais são eles e por que não são indicados para as
crianças. Confira:
Xarope
De acordo com os pesquisadores de Michigan, ele é o
“queridinho” dos pais. Além de ser comprado em qualquer farmácia sem receita
médica, existem tipos de várias cores e sabores com a proposta de driblar a
‘cara feia’ da criança. O maior problema, porém, é que muitas vezes ele combate
o sintoma, mas não a doença em si. “Uma tosse pode ser provocada por alergia,
por pneumonia, por gripe. Se o pai tentar apenas combater o sintoma, a longo
prazo o problema pode evoluir para um quadro mais grave”, alerta Furuta.
Medicamentos naturais
Um erro comum é pensar que remédios fitoterápicos, porque
são naturais, não fazem mal. Apesar de serem produtos livre de química,
dependendo da concentração e do princípio ativo, a criança pode desenvolver uma
alergia ou, até mesmo, sofrer uma intoxicação com a planta.
Pastilhas e própolis
Assim como os xaropes, as pastilhas e o spray de própolis
parecem um jeito mais fácil de combater aquela irritação na garganta. Porém, o
especialista explica que esses produtos apenas aliviam os sintomas
momentaneamente e, dependendo da frequência com a qual são utilizados, podem
causar uma irritação maior ou até mesmo intoxicação. Também encontrados em
qualquer farmácia, eles podem funcionar para os adultos, mas não são indicados
para crianças.
Mel
Chás caseiros com mel são muito comuns para combater aquela
gripe que está por vir, mas o pediatra alerta: “Mel é laxante, solta o
intestino. Se a criança estiver com um quadro viral, por exemplo, ela pode ter
diarréia e ficar desidratada”.
Comprimidos com ácido acetilsalicílico
Os comprimidos conhecidos como AAS ou Melhoral Infantil eram
os queridinhos dos pais para controlar uma dor de cabeça ou febre do filho.
Porém, além de inibir a produção do hormônio responsável pela dor e inflamação,
o medicamento aumenta o diâmetro dos vasos sanguíneos do corpo e impede a
coagulação. “Hoje os pediatras não receitam mais esse medicamento para as
crianças. Apenas para adultos com problemas cardíacos, uma vez que um
comprimido por dia é capaz de evitar complicações para o coração. Isso é a
prova de que medicamento infantil não é sinônimo de fraco”, complementa o
especialista.
*Com informações da Crescer