Equipes de
Ceilândia e Taguatinga receberão treinamento a partir de agosto
Prevenir,
identificar e tratar casos de alcoolismo é a proposta da ação inédita que
começou a ser desenvolvida pelas quatro equipes da Estratégia Saúde da Família
(ESF), da Unidade Básica de Saúde 12, que atendem a comunidade do Setor
Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia. O projeto piloto, denominado Brasília
Vida Segura, consiste na aplicação de Teste de Transtorno por Uso de Álcool
para identificar o nível de risco relacionado ao álcool e realizar as
intervenções necessárias de acordo com cada caso.
"Aplicamos
aproximadamente 600 questionários. Conforme o resultado, é feita uma
intervenção breve, que consiste em alertar sobre o etilismo e se o comportamento
da pessoa pode ser nocivo à saúde, bem como encaminhar para o tratamento
adequado, quando necessário. O beber social tem um limite de doses, mas muita
gente não sabe disso", explicou o médico psiquiatra da Diretoria de Saúde
Mental (Disam) que coordena as ações, da Secretaria de Saúde, Leonardo Moreira.
No
questionário, que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde, há 10
perguntas sobre frequência da ingestão de bebida alcoólica, quantidade de
doses, facilidade de interromper o uso, impossibilidade de realizar tarefas em
razão da ingestão do álcool e se alguém já se preocupou com a situação de
alcoolismo do entrevistado.
Inicialmente,
40 pessoas da ESF foram treinadas para aplicar o questionário e fazer as
intervenções. A partir de agosto, será iniciada a capacitação de
multiplicadores que irão treinar as demais equipes de Ceilândia e Taguatinga e,
assim, expandir o projeto para todo o DF no próximo ano.
A médica
Natiane Sousa, que faz parte de uma das equipes que começaram a aplicar os
questionários, ressalta que muitas pessoas que bebem ficam surpresas com o
resultado. "Muitos entrevistados não sabem que estão bebendo de maneira
nociva, mas apenas fazendo o uso excessivo. Por isso, nosso alerta é importante
tanto para prevenir, quanto para tratar", disse a médica.
Segunda a
profissional, para o tratamento, é necessário primeiramente a disposição do
paciente. Dependendo do caso, podem ser feitos exames físicos e laboratoriais,
solicitado o comparecimento a consultas com médicos ou enfermeiros, e outras
intervenções necessárias. "Nossa abordagem está sendo bem aceita. Já
identificamos alguns casos de pessoas que estão em um nível grave de alcoolismo
e encaminhamos para tratamento", contou a agente comunitária, Nilza Silva
Sousa.
Como seu corpo reage ao excesso de álcool:
Durante a intervenção, os profissionais de saúde apresentam uma cartilha sobre
os malefícios do álcool, entre eles estão:
1)
comportamento agressivo e irracional, violência, depressão e nervosismo;
2)
envelhecimento precoce;
3)
resfriados frequentes, baixa resistência a infecções, maior risco de pneumonia;
4) problemas
no fígado;
5)
inflamação do pâncreas;
6) em
homens, impotência sexual, em mulheres, malformação do feto;
7) dores nos
nervos;
8) perda de
memória;
9) câncer de
boca e garganta;
10) enfraquecimento
do coração;
11)
deficiência de vitaminas, inflamação no estômago, vômito, diarreia,
desnutrição;
12) tremor
nas mãos e formigamento;
13) úlcera;
e
14)
demência.
PROJETO –
Promovido pela Governo de Brasília, o projeto começou em 2016 e tem a parceria
da Secretaria de Mobilidade. A iniciativa piloto de aplicação de questionários
pela Secretaria de Saúde começou em maio, no Sol Nascente, em Ceilândia, área
de vulnerabilidade social.