A forma como
os brasilienses têm armazenado água em razão do racionamento é motivo de
preocupação para a Vigilância Ambiental em Saúde do Distrito Federal.
Recipientes abertos estão atraindo o mosquito transmissor da dengue e
aumentando as chances de a doença voltar a se espalhar pela capital federal.
"Em
fevereiro, divulgamos o Levantamento Rápido de Índice para o Aedes aegypti
(LIRAa). O boletim aponta a quantidade de imóveis com a presença de recipientes
com larvas do mosquito. Das 31 regiões administrativas do DF, 12 apontaram como
principal foco os recipientes de água armazenada. No último levantamento,
divulgado nesta semana, subiu para 17 regiões. No ano passado, durante todo o
levantamento, encontramos apenas cinco cidades com esse problema", diz o
diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Denilson Magalhães.
Ele observa,
ainda, que entre os meses de maio e setembro é normal que a transmissão de
dengue diminua, mas que neste ano ela tem se mantido. "Apesar de ainda
estar com índice abaixo de 1%, considerado aceitável, estamos com esse número
alto para o período: 0,56%", destaca.
CAMPANHA –
Para reduzir as chances de transmissão das doenças pelo Aedes aegypti, a
vigilância ambiental tem feito trabalhos de conscientização e orientação junto
às secretarias de Educação e Cidades e também com a Caesb.
"Capacitamos
mais de 500 professores que vão trabalhar junto aos alunos a consciência de
tampar os recipientes com água, evitando os focos. Nossos agentes também
continuam indo de casa em casa para dar essas orientações", conta
Denilson.
Ele diz que
a Caesb também preparou material informativo de modo a orientar a população
sobre a forma correta de armazenar água. "É importante que os recipientes
sejam fechados. Não armazenem água em baldes e tanques. E toda vez que esvaziar
os recipientes, lavá-los com bucha e sabão, para evitar que fiquem ali ovos ou
larvas do mosquito", orienta o diretor da Vigilância Ambiental.