A sinusite
bacteriana pode ocorrer como uma evolução da rinossinusite viral comum, e
ocorre em cerca de 0,5 a 2% dos casos.
De acordo
com o último Consenso de Rinossinusite de 2013, os estudos clínicos
demonstraram que cerca de 65% dos pacientes com sinusite bacteriana aguda
apresentaram resolução clínica espontânea, e que em alguns casos essa doença
pode se resolver naturalmente nos primeiros dez dias.
Quando
buscar tratamento?
A introdução
de antibiótico deve ser considerada quando não há melhora após o tratamento com
medidas adjuvantes, como a lavagem nasal com solução salina e o uso de
corticoesteróide nasal tópico ou oral, ou se os sintomas se acentuarem.
Os
antibióticos devem ser indicados nos casos de rinossinusite bacteriana aguda
moderada ou grave, com sintomas intensos (febre maior que 38°C e dor facial
intensa) e em imunodeprimidos independentemente do tempo da doença. Também nos
casos de rinossinusite bacteriana aguda leve ou não complicada que não melhora
com o tratamento inicial.
Os
antibióticos são indicados por um período de dez a catorze dias. Indiscutivelmente
quando o paciente começa a apresentar os sintomas é interessante procurar ajuda
médica, mesmo que ainda não necessite de antibiótico.
Apesar do
tratamento com antibióticos ou também sem o tratamento complicações dessa
doença podem acontecer:
- Celulite na região dos olhos
- Abcessos
- Meningite
- Osteomelite
- Cegueira.
Os
principais cuidados quando se pensa em sinusite bacteriana seriam inicialmente
procurar um clínico geral ou especialista (otorrinolaringologista, alergista ou
pneumologista) que irá orientar quanto ao uso de solução salina isotônica ou
hipertônica para diminuir o edema da mucosa nasal, diminuir a secreção e o
edema do local.
O médico
também pode indicar a utilização de corticoesteróide nasal tópico por 14 dias
(o que alivia os sintomas, acelerando a recuperação do paciente) e/ou
corticoesteróide oral por três a cinco dias (ajuda no quadro da dor facial e
diminui a utilização de analgésicos), e verificar a necessidade de antibiótico
por um período de dez a catorze dias.
O termo
sinusite já há bastante tempo tem sido substituído por rinossinusite, pois
existe uma comunicação ativa entre a mucosa nasal e os seios paranasais (seios
da face, que são cavidades que correspondem às regiões dos ossos no centro da
testa, entre os olhos, na região das bochechas e nas laterais do rosto).
A
rinossinusite aguda é um processo inflamatório da mucosa rinosinusal de início
súbito com duração de até doze semanas.
Podemos
classificar a rinossinusite em:
- Rinossinusite aguda ou resfriado comum: é uma condição autolimitada em que a duração dos sintomas é menor que 10 dias
- Rinossinusite aguda pós-viral: ocorre piora dos sintomas após 5 dias da doença ou os sintomas persistem por mais de 10 dias
- Rinossinusite aguda bacteriana: uma pequena porcentagem dos pacientes pós-virais evolui para um quadro bacteriano, em torno de 0,5 a 2%.
Portanto a
rinossinusite viral é o quadro mais comum e a bacteriana é a de menor
incidência.
A
transmissão acontece através do ar, pacientes infectados espirram, tossem, tem
contato com pessoas e dessa forma contaminam o ambiente com bactérias.
De uma forma
geral pacientes com rinossinusite podem apresentar mal-estar, irritação na
faringe, laringe e traqueia, dor de garganta, disfonia e tosse (mais frequente
em crianças), obstrução e congestão nasal e redução ou perda do olfato.
Quando se
pensa em rinossinusite bacteriana alguns sintomas são pontuais:
- Secreção nasal (com predomínio unilateral) e secreção purulenta (amarelada ou esverdeada) na rinofaringe
- Dor intensa local (cefaleia ou pressão facial) com predomínio unilateral. Essa dor facial é em peso, não pulsátil e piora com a inclinação da cabeça para frente. Pode haver dor dentária referida na mastigação
- Febre maior que 38°C
- Reagudização ou deterioração após a fase inicial de sintomas leves.