
INVASÃO TEM SE TORNADO TÃO RECORRENTE
QUE JÁ GANHOU ATÉ NOME - CAMFECTING' (FOTO: (REPRODUÇÃO/YOUTUBE))
Em setembro do ano passado, Jared
Abrahams, de 19 anos, foi
condenado a 18 meses de prisão por ter hackeado a webcam de Cassidy Wolf, Miss
Teen dos Estados Unidos pelo estado da Califórnia. A espionagem durou um ano e
só foi descoberta depois que Abrahams mandou um e-mail à vítima com fotos dela
nua, no qual o hacker a chantageava dizendo que iria publicar as imagens caso a
modelo não se exibisse para ele em atos sexuais via internet. Além de Wolf, o
jovem alegadamente bisbilhotou na webcam de mais de 100 mulheres.
"A invasão de privacidade se
tornou o negócio mais lucrativo na internet”, diz o analista de segurança
online Roberto Martínez, da empresa Kaspersky Lab. Por apenas 40 dólares, uma
pessoa mal-intencionada e com certo grau de conhecimento técnico pode ter
acesso ao malware chamado BlackShades, especificamente desenvolvido para estes
fins.
A prática tem se tornado tão
recorrente que já ganhou até nome: camfecting, que significa tomar controle da
webcam de alguém sem autorização. Segundo Martinez, os motivos que impulsionam
um hacker a realizar este tipo de ataque são diversos, desde curiosidade pela
vida alheia, até propósitos mais obscuros como obsessão, pedofilia ou extorsão,
feita através de chantagens relacionadas a conteúdos comprometedores, como no
caso de Abrahams. “O hackeamento de webcam é mais comum do que imaginam”,
afirma Martínez.
Para se ter uma ideia da variedade de
intenções que movem essas pessoas, recentemente foi revelado um caso no qual um
estranho invadiu a babá eletrônica de um bebê e o acordou gritando no meio da
noite, sem motivo algum. O analista destaca que a Copa do Mundo
aumentou significativamente a quantidade de computadores infectados com o
BlackShades: em busca de sites em que pudessem acompanhar os jogos em tempo
real, muitos usuários tiveram a segurança comprometida por instalar softwares
ou plugins maliciosos.
“Devemos evitar a todo custo navegar
por sites perigosos, bem como baixar programas suspeitos ou clicar em links
duvidosos”, alerta. Além desta dica, que é a mais importante, Martínez também
sugere como precaução cobrir a webcam com fita adesiva, post-its ou band-aids
sempre que o dispositivo estiver sem uso. De acordo com uma pesquisa feita pela
Kaspersky, 60% das pessoas não têm o hábito de ocultar sua câmera.
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